Cultura e Relações Interpessoais e Intergrupais

Cultura (do latim colere, que significa cultivar) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade” .

O estudo desta tem como objectivos identificar as capacidades de relação do ser humano, explicar o papel dos ambientes na construção humana e analisar a história pessoal como uma contínua organização entre fatores.

 

A cultura alia elementos materiais e simbólicos, e através deles valores, teorias, artes, crenças, costumes,  leis, condutas e normas, que se organizam e inter-relacionam entre si. O Homem é o produtor e o produto da cultura. A influência entre os processos psicológicos e a cultura é recíproca, dinâmica e imutável.

 

Os seres humanos tem capacidade de organizarem as sociedadesde forma autónoma, criando assim a sua própria cultura. No mundo existem diferentes culturas que acabam por refletir a maneira como cada grupo de pessoas se comporta na sociedade em que estão inseridas. Como cada cultura tem características específicas, vivemos num mundo cheio de diversidade cultural. Chegamos assim ao conceito de padrão cultural, que consiste num determinado conjunto de comportamentos, crenças ou valores comuns de uma determinada cultura. A cultura exerce uma grande influência na forma de como pensamos, sentimos e agimos. Nós temos de ter em conta os padrões culturais quando analisamos os comportamentos e atividades dos outros. Os padrões culturais estão constantemente a mudar.

 


 A socialização é o processo de inserção que o indivíduo efetua, desde o nacimento até ao momento da sua morte, para se incluir num determinado grupo social. No início da sua vida, a criança tem que se integrar na família que a criou, pois é neste meio que ela aprende os elementos caracterizadores de qualquer ser humano como por exemplo a falar, a andar e a integrar-se no meio social a que a família pertence. Neste processo, a criança também participa em atividades do grupo escolar, de amigos, entre muitos outros. Os indivíduos interiorizam, através da socialização, um conjunto de padrões sociais e culturais, e de atitudes comuns. Estes comportamentos determinam o exemplo de pessoa a seguir, ou seja, a personalidade base. Para nos inserimos num determinado grupo, temos de ter em conta o tipo de relação que criámos com os outros ou até mesmo com a sociedade em que vivemos.

 

As relações interpessoais são interações que estabelecemos com os outros, e que determinarão aquilo que somos e como nos comportamos perante os outros. É através da cognição social que nós encaramos os outros e até mesmo nós próprios. E é onde também podemos conhecer os factores que influenciam e afectam a forma como interagimos uns com os outros. É através das impressões que nós nos integramos num determinado grupo a partir dos dados que obtemos através de um primeiro contacto ou da informação que nos é fornecida por outrem. As expectativas são formadas a partir das primeiras impressões, isto é, os indicadores e a informação de que dispomos leva-nos a prever as atitudes e os comportamentos dos outros. As atitudes afectam a forma como cada um se comporta perante uma determinada situação, objecto, grupo ou pessoa.

 

Para especificar melhor este tema decidi abordar a forma como as mulheres são tratadas em alguns locais do Mundo.

 

A mulher ocupa uma posição de inferioridade na sociedade muçulmana. Quando falamos na mulher muçulmana, ocorrem-nos logo dois símbolos : o harém e o véu. Estes sinais distintivos das mulheres muçulmanas sugerem a sua subordinação ao homem, apesar da igualdade espiritual das mulheres estar expressa no Corão: "...e os homens que se lembram constantemente de Deus, tal como as mulheres que o fazem, para todos eles Deus preparou o perdão e uma enorme recompensa" (33:35).
A subordinação da mulher é demonstrada e justificada pela lei, costumes e tradições da Civilização Muçulmana, dizendo mesmo que há apenas um reconhecimento dos diferentes papéis dos dois sexos e não uma inferioridade efectiva.
Assim, as marcas jurídicas da inferioridade da mulher são as seguintes:
- a mulher só pode ter um marido, ao contrário do homem, que pode ter quatro mulheres ao mesmo tempo;
- a mulher só pode casar com um muçulmano, ao contrário do homem, que pode casar com uma mulher de outra religião;
- a mulher apenas pode pedir o divórcio em casos extremos, ficando a custódia dos seus filhos para o pai, e o testemunho do homem tem o dobro do valor do da mulher;
- a herança da mulher é duas vezes inferior à do homem.
- A maioria das mulheres vive na reclusão, poucas foram as que tiveram papéis activos em questões públicas, embora actualmente haja uma crescente liberalização do papel das mulheres fora de casa que começou sob a influência ocidental. Em alguns países, porém, verifica-se um retrocesso aos valores islâmicos, através do fundamentalismo islâmico."

A mulher árabe tem uma prática de vida completamente diferente da mulher ocidental, tendo de obedecer a regras muito estritas. No entanto, a forma de viver das mulheres não é igual em todo o mundo árabe. Em alguns países árabes as mulheres vivem enjauladas e maltratadas e noutros alcançaram a sua emancipação.  

Observemos algumas notícias:

Foi feito um estudo que determina os piores locais para a mulher viver-

https://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=3529192

https://noticias.r7.com/internacional/fotos/assedio-trafico-e-estupro-primavera-arabe-transforma-paises-arabes-em-campo-minado-para-mulheres-25112013#!/foto/1

Embora algumas mulheres se tenham tentado revoltar, isto só lhes trouxe consequências piores-

https://www.publico.pt/mundo/noticia/os-ventos-das-revolucoes-arabes-tambem-levaram-direitos-as-mulheres-1612203

Podemos ainda considerar as tradições indianas, as quais ficamos a conhecer um pouco mais no filme visionado numa das aulas de psicologia: “Água, as margens do rio”.

A Índia é um dos países culturalmente mais antigos do mundo e as suas tradições são milenares, perdurando muitas delas na atualidade. A cidade santa para os hindus, Varanasi, é o palco para um drama humano que ainda hoje é repetido pelas mulheres viúvas. Nas margens do rio sagrado, o Ganges, rituais antigos de oração e de culto aos mortos - cremados e devolvidos em cinzas às águas para que possam reencarnar – cruzam-se com os costumes e práticas vigentes numa sociedade que resiste em parte à mudança social e à modernidade. A sociedade hindu é regulada por um sistema arcaico de castas, numa hierarquia rígida que define os limites das relações sociais, o que é permitido e o que é proibido.
 

Aconselho ainda vivamente a leitura do livro “Queimada Viva”, um livro que mostra o horror vivido na Cisjordânia e uma história emocionante de uma mulher que sofreu as consequências do acto involuntário de se apaixonar: https://www.wook.pt/ficha/queimada-viva/a/id/39336

Concluiu então após esta pesquisa que toda a nossa vida depende da nossa cultura e esta constrói vivamente a nossa personalidade, sendo que por vezes não é da forma mais positiva. Afirmo ainda que me considero uma pessoa de sorte por ter nascido num país onde a mentalidade e os direitos das mulheres são os mesmos que os dos homens.