Psicologia do desporto

A Psicologia do Desporto surgiu entre o final do século XIX e o início do século XX, tendo surgido em Portugal relativamente mais tarde (precisamente em 1940), desde então a psicologia do desporto já passou por três fases. Numa primeira fase as preocupações centravam-se na compreensão dos factores psicológicos que influenciavam a actividade física e desportiva. Numa segunda fase a predição e o controlo do rendimento desportivo caracterizavam a actividade do psicólogo do desporto e a fase actual, terceira fase, é caracterizada pela optimização do rendimento desportivo.

            Esta área da psicologia tem a função de estudar o comportamento, as emoções e os pensamentos dos indivíduos evolvidos na prática desportiva, exercício e actividade física, com o objectivo de promover um bem-estar físico e psicológico dos intervenientes. Este bem-estar psicológico acaba por contribuir para um bem-estar físico, isto é, o controlo emocional, o autocontrolo, o autodomínio e o conhecimento de si que acabam por permitir um bom desempenho durante a prática desportiva.

            Antes das competições o atleta tem de tomar consciência dos problemas e das dificuldades que vão surgindo, para que as possa controlar e melhorar o seu rendimento. O psicólogo do desporto tem o papel de investigar e posteriormente aconselhar os membros desportistas, não só os atletas, mas também, os massagistas, os médicos e os treinadores, de modo a encontrar aspectos pessoais e subjacentes à actividade desportiva. Questões relacionadas com a ansiedade, relaxamento, comunicação, resolução de conflitos e outros aspectos relacionados com o esgotamento psicológico fazem parte da intervenção do psicólogo do desporto. Este nunca divulga publicamente os resultados ou apreciações obtidas, acerca da equipa.

 

-Relação entre ansiedade e rendimento

          Em qualquer evento desportivo com uma elevada importância pessoal ou que implique uma situação de avaliação acaba por desperta variadas emoções. A activação afecta o sistema nervoso, originando respostas que automaticamente influenciam o comportamento. Assim que a actividade física aumenta, também aumenta o rendimento até certo ponto, a partir do qual o rendimento passa a diminuir.

No entanto outros factores também podem influenciar o nível de activação, os dependentes da personalidade, como por exemplo a ansiedade, a capacidade para cumprir a tarefa, a qualidade física e a experiência previamente obtida na actividade desportiva. A relação que o atleta tem com a família, os colegas, o treinador e muitos outros intervenientes que interagem com o atleta, acaba por ser outro aspecto importante para um bom desempenho deste individuo nas suas actividades desportivas.

A relação entre a ansiedade e o rendimento e o seu estudo permitem identificar os factores que contribuem para o sucesso e fracasso do individuo em questão, sendo este tema de estrema importância na psicologia desportiva.

 

-Exigências na actividade desportiva

    As exigências, na actividade desportiva, acabam por gerar um aumento de actividade física por parte do atleta, isto é, quanto maiores forem as exigências, maior será o nível de activação e de superação.

 

-O stress competitivo

    O stress competitivo surge do trabalho diário permanente e das suas exigências. Este estado pode levar o atleta a um fracasso no seu desempenho e posteriormente a um desequilíbrio emocional.

 

-Sorte e Azar

     Em todo e qualquer tipo de desporto apresenta este factor, umas vezes o desportista tem sorte e a sua motivação aumenta, mas outras vezes há azar e a motivação baixa imenso.

 

 

-Efeitos dos choques emotivos

    Os choques emotivos podem originar desequilíbrios emocionais, ou seja, um somatório de medos e preocupações provenientes, na maior parte dos casos, lesões. Estes desequilíbrios manifestam-se através de exibicionismos, irritabilidade, impulsividade, recusa ou a rebeldia em aceitar prontamente as instruções dos técnicos, ou a maior facilidade para contrair lesões inexplicáveis.

 

-Recomendações dos psicólogos para lidar com lesões:

 

Recomendações para atletas:

 

 

-Aceitar de forma positiva a situação

 

 

-Focar na qualidade do treino

 

 

-Procurar e usar os recursos de assistência médica

 

 

-Usar os apoios sociais sempre que necessário

 

 

-Estabelecer objectivos

 

 

-Confiar nos técnicos de saúde

 

 

-Trabalhar no treino de competências mentais

 

               Recomendações para treinadores:

 

 

-Compreender as diferenças individuais nas lesões e nas emoções às lesões

 

 

 

-Estabelecer um treino individualizado, focando a qualidade

 

 

-Manter o contacto com o atleta

 

-Motivar encorajando adequadamente

 

 

-Ter paciência e expectativas realistas

 

 

-Demonstrar empatia e apoio positivo

 

 

-Não focar repetidamente a lesão no treino

 

 

De acordo com a Psicologia Desportiva a preparação psicológica acaba por influenciar o resto, isto é, o desempenho do atleta, tendo por isso uma extrema importância para os desportistas, mas também para os seus apoiantes. Porém o treino psicológico varia de indivíduo para indivíduo, dependendo das suas preferências os resultados de alguns atletas não são iguais aos de outros.

 

Na minha opinião, como amiga, colega de desportistas e por também já ter passado por esses momentos de stress e ansiedade, estou de acordo com a aplicação da Psicologia no Desporto, para além de que é praticamente impossível separar a nossa vida pessoal da profissional. No caso de uma lesão, é óbvio que, quem pratica desporto infelizmente muitas vezes está sujeito a lesionar-se e não deve interromper uma actividade que para ele ou para nós é tão importante, ainda pior, quando este é o principal meio de sobrevivência. Em certos casos, de pessoas que nascem com uma deficiência acabam por não desistir e utilizar esses problemas como meio de alcançar os seus objectivos, superando-se a si mesmos e ficando mais fortes. Em casos desportistas que se lesionam mas por amar tanto o desporto desistir não se torna uma opção. Um psicólogo desportivo é essencial para intervir na vida deste indivíduo. Um caso muito falado é o de Jorge Pina, ex-pugilista que ficou invisual e atualmente é maratonista: https://www.rtp.pt/programa/tv/p26924.

Concluo, afirmando que não se deve deixar o lado humano do atleta e sim construir por completo o atleta aumentando o seu desempenho graças à Psicologia Desportiva.

 

Bibliografia

https://www.slideshare.net/sergiomorais7/psicologia-do-desporto

https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_esportiva